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LEDA CATUNDA - O Gosto dos Outros

© CATUNDA, LEDA / AUTVIS, 2015
Botão II, 2014, acrílica s tecido e couro
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Em meados dos nos 80 o Brasil ainda vivia o fim da Ditadura Militar, viu a criação do estado do Tocantins e o mundo assistiu a queda do Muro de Berlim. Nesse cenário ocorreu a exposição coletiva que Leda participou “Como vai Você, Geração 80?”, realizada em 1984, no Rio de Janeiro. Um dos mais importantes movimentos das artes no Brasil, a exposição, representou um marco para a produção artística nacional, e contribuiu para despontar nomes que influenciariam as artes plásticas no país nas décadas seguintes. Um deles é a artista filiada à AUTVIS, Leda Catunda.

 

A artista iniciou sua carreira na Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP), convencida por seus professores de que tinha talento para a pintura. A primeira exposição de Leda, “Pintura como meio”, foi um marco na mudança de suportes. “Por dois anos fiz pinturas a óleo sobre tela e já nessa série, em 1982, comecei a experimentar a inserção de tecidos nos fundos das telas para em seguida, em 1983, mudar de tinta para a acrílica e pintar diretamente sobre tecidos estampados, que mostrei pela primeira vez nessa exposição ‘Pintura como Meio’ no MAC-USP, na época dirigido pela Aracy Amaral”, conta.

 

© CATUNDA, LEDA / AUTVIS, 2015
Seleção de obras de 1985 a 2015, Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza, Brasil, 2015
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Além de pintora, artista multimídia e gravadora, Catunda lecionou na FAAP de 1986 a meados da década de 90, fez doutorado em Poéticas Visuais na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo(ECA-USP), em 2001, e contabiliza três Bienais Internacionais de Arte de São Paulo (1983, 1985 e 1994) e grandes mostras coletivas como Modernidade (Paris, 1987), Artistas Latinos-Americanos do Século 20 (Museu de Arte Moderna de Nova York, 1993) e Mostra do Redescobrimento (São Paulo, 2000).

 

 

Sobre sua trajetória, Catunda comenta que o trabalho de um artista é evoluir constantemente, ainda que muitas vezes girando em torno de poéticas semelhantes. “Considerando a velocidade das mudanças no mundo e que a arte responde à realidade da época em que é realizada, esse movimento se reflete na produção dos artistas. Seja meramente do ponto de vista de evoluções tecnológicas ou mesmo de mudanças mais profundas de entendimento sobre nossa existência no planeta”.




© CATUNDA, LEDA / AUTVIS, 2015
Seleção de obras de 1985 a 2015, Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza, Brasil, 2015
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Leda “gosta do que os outros estão gostando”. Nesse sentido, seu trabalho consiste no uso de estampas e impressos em tecidos e materiais diversos desde o início dos anos 1980, quando começou a trabalhar com apropriação de imagens do cotidiano, “Gosto de trabalhar sobre o tipo de imagem que a sociedade elege consumir. Acredito que os desejos ligados ao consumo revelam sonhos e completam o entendimento do sujeito sobre seu lugar no mundo, agora no pós-capitalismo”. E completa: “A produção de imagens é um fenômeno, especialmente por fotos de celulares. Esta é uma característica marcante da nossa época e que está mudando toda nossa relação com o mundo real e também com o imaginário. Não é uma crítica negativa, mas carinhosa”.




© CATUNDA, LEDA / AUTVIS, 2015
Gosto dos Outros, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo, Brasil, 2015

 


Além de pinturas, a artista elabora outras obras em colagem, gravura e aquarela, em produções que ela denomina como “pinturas-objeto”, por possuírem bastante volume e fugirem do que se espera de uma pintura tradicional. “Minhas peças possuem formas arredondadas e são volumosas. Lidam com a percepção do que é tátil, visualmente macio e não agressivo; oferecem volume ao espaço a sua frente. Com a intenção de investigar uma ‘poética da maciez’, posso utilizar tecidos bem moles como voile”, explica a artista.

 

Leda Catunda ilustrou o livro infanto-juvenil “Ser Criança”, da escritora Tatiana Belinky, em que a autora fala sobre o que significa, para ela, ser criança. “Gosto muito de trabalhar com o repertório de outros artistas e autores, foi um enorme prazer poder criar uma série de colagens focando o universo da Tatiana, que é o universo especialmente fantasioso das crianças pequenas”, finaliza.

 

 

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© CATUNDA, LEDA / AUTVIS, 2015
Lobo, 2014, acrílica s tecido, plástico e veludo.

Autor: Nova RS - Bárbara Medeiros

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