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A tinta das ruas

©Zoccolli, Elias / AUTVIS, 2015
Limão amarelo, 2014

 

 

A obra de arte de Elias Zoccoli transpira liberdade e transgressão. Conheça mais sobre a carreira e o processo artístico do nordestino, filiado à AUTVIS, que mistura cultura pop e street art em suas criações.

 

 

AUTVIS Como foi sua descoberta como artista plástico?
EZ Desde muito novo sempre gostei de desenhar. Deixava todos meus cadernos cheios de rabiscos. Desenhava até nas paredes. Aí me mudei para São Paulo, descobri o grafite e uma nova forma de exprimir minha arte.



AUTVIS O início da sua carreira foi com o grafite. Como foi trabalhar com isso num momento em que esse tipo de arte ainda era tão marginalizada no Brasil, e como você vê a cena de hoje?
EZ Comecei entre os anos 80 e 90, uma época difícil, por conta do preconceito. Éramos taxados de pichadores e vândalos. Hoje, o grafite é sinônimo de status e vanguarda, com visibilidade mundial e aceitação do público. Acredito que o novo, o diferente gera rejeição e desconfiança num primeiro momento, mas com o tempo, a olhar vai mudando naturalmente.

 
 

AUTVIS Suas telas tem como tema recorrente o preconceito. Fale um pouco dos elementos na sua arte.
EZ Trabalho muito com o marginal. Moradores de rua, órfãos, preconceito, gosto de trazer a tona os questionamentos de viver nos grandes centros urbanos. Foi então que decidi criar uma personagem fictícia, na qual a mulher é o personagem principal e representa o amor, o acolhimento, a maternidade, a paz na figura da mãe.

 


©Zoccolli, Elias, 2015
Racismo: eu não curto essa ideia, 2015

 


EZ Em contraponto, as formas geométricas, os traços superpostos, revelam o universo do caos. Uma recorrência nos meus trabalhos são figuras como uma casinha, simbolizando o lar, ou uma ave, que remete a liberdade plena. Minha obra se apresenta como um ponto de reflexão entre a ordem e o caos.

 


©Zoccolli, Elias /AUTVIS, 2015
Na proteção do meu refúgio!, 2015

 


AUTVIS
Você tem alguma grande influência?
EZ Os que mais me influenciaram são: Jean-Michel Basquiat e Andy Warhol, representados pela AUTVIS. Levo um toque deles e de tanto outros artistas sempre comigo.

 

AUTVIS Suas obras tem um diálogo entre a pop art e arte urbana. Foi um processo natural na sua evolução como artista?
EZ Faço minha arte dentro da minha história, de onde vim e como comecei. Procuro ser fiel aos meus traços e manter minha identidade.
 

 

AUTVIS Como tem sido sua experiência como associado da AUTVIS?
EZ A relação de parceria com a AUTVIS tem sido a melhor possível. Acredito que de uma importância fundamental para o artista ter uma parceira com a Associação Brasileira dos direitos de Autores Visuais, por conta do respeito e das portas que a Associação abre.

 

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     Graffitte em andamento, 2014

 

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Autor: Bárbara Medeiros | Agência Nova.RS

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